terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Chama



A chama da noite caindo sobre mim
Na espera de te ter perto como luar,
Abrir a janela do teu peito até ao fim
E entrar pelo teu mundo a flutuar.
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A chama derramando consentimento,
Um gesto perfumado de prazer
Uma luz aberta nos olhos no momento
Em que se abre a rosa a florescer.
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A chama forte humedecida, sem greve
Num gesto de harmonia e delicadeza...
Um sopro e tanto riso puro e leve.
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A chama fugindo na derradeira loucura,
Um olhar doce brilhando de contentamento
Quando nos entregamos um ao outro com ternura.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Boa noite meu amor...



A noite fresca conversa com a lua embriagada pela
minha insónia na tua ausência. Solto uma lágrima por não

te ter aqui.
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Sonha comigo.
Deixa ondular os anjos no teu pijama.
Sorrio.
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Dorme bem, com as pálpebras levemente acariciadas
pela brisa dos meus beijos invisíveis e distantes.

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Estou sempre contigo.
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- Boa noite meu Amor.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

O rio corre...



A água corre sobre as pedras do rio,
a lua no alto espelha no fundo...
Eu sinto um longo arrepio
do meu corpo triste e profundo.
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Sei que hoje existo no teu coração
de uma forma poderosa
preocupo-me e dou-te a mão
mesmo na estrada mais sinuosa.
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Esta ânsia de querer-te
passa os dias a crescer
e tenho um olhar a dizer-te
que o que sinto não se vai perder.
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Fecho a mãos com força de tanto amor
ouço o grito do meu peito...
é indestrutível esta chama de fervor
que me acompanha sempre no leito.
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E compreendo-te melhor que imaginas
preocupo-me deveras e sinto
que há em ti um confuso campo de minas
que te causa angústia - eu pressinto.
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Mas todos os dias te beijo
e tu nem dás por isso...
que é todo o meu desejo
nos teus lábios um feitiço.
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Queria conseguir dizer-te
que és mais que algum dia irás saber
e consigo entender-te
que estás num labirinto a sofrer.
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E eu só quero ver esse sorriso
a voar livre doce e profundo
pois é só isso que preciso
para te mostrar que és o mundo.
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Está cada vez mais frio
não páro de tremer..
nos lençóis tenho um rio
silencioso a entristecer.
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Mas grito mesmo amordaçado
que é mais forte o coração
nada me fará cair para o lado
nem me tirará a determinação.
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Olhos nos teus olhos castanhos
e as células agitam-se sem parar
os meus olhos vão a banhos
mas não afogam este amar.
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Não sei nadar no firmamento
nem tão pouco ver para lá do horizonte
mas resisto a ondas em movimento
pois és tu inesgotável fonte.
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Esta minha sede não é de água pura
ou de perfume selvagem
é de tocar-te com ternura
neste trajecto, nesta viagem.
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O rio continua a correr
e eu continuarei a amar
corro por esta sede de beber
sem desistir de lutar.
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As margens são bravias
e há mágoa por aí à solta
mas por mais que sejam sombrias
meus dedos tocam-te em toda a volta.
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Se pudesse explicar-te esta fonte
que corre em ti sem fim
perceberias que o rio que nasce no monte
desagua do teu corpo para dentro de mim.
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Os céus sabem que a verdade
é que este sentir é intemporal
estarei sempre aqui na saudade
no bem, no assim assim e no mal.
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A água em mim vai correndo
o rio corre na face em plenitude...
e da tua alma temendo
nascem passos de inquietude.
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O vento empurra as folhas contra a corrente...
A noite vai cada vez mais gelada...
mas eu amo-te tão docemente
que só a tua ausência me gela - mais nada.
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ver as estrelas...


Segunda-feira.
O relógio marca 00:13 minutos
e eu estou preso no escuro da sala,
janelas fechadas para o mundo exterior.
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De manhã vou levantar-me
depois de percorrer esta insónia que me assola
nestes dias que me parecem longos caminhos sinuosos.
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A noite acabará por chegar
e com isso o meu corpo solitário
sem o teu abraço
terá a triste viagem
ao local onde vi contigo as estrelas.
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Fecho os olhos
Vou imaginar que não estás apenas no meu coração
e que me beijas literalmente
À luz ténue da lua.
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Talvez surjam as lágrimas
que pintam a solidão na minha pele.
Vou voltar.
Sentar-me no banco de jardim
do parque infantil,
deixar a brisa tocar-me o rosto
e por entre a folhagem distinguir
o sorriso que transmites.
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És maior que o mundo,
mais brilhante que a mais intensa das estrelas.
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O banco ficará frio.
A madeira nem dá por mim.
Não ouço a tua respiração
nem a tua voz
embore ecoe dentro de mim.
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Vejo as estrelas contigo
mas sem ti.
Nunca o céu me parecerá tão escuro
com uma bruma tão densa.
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Vou abraçar-te sem saberes.
E quando a luz mais brilhante do céu não se vir mais...
será porque te tenho do meu lado.
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Segunda-feira,
20:30,
o banco de jardim acolher-me-á.
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Estrela
falo para ti.
abre-me o coração
assim saberei que me sentes.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Impossível



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Impossível descrever a dor que sinto.

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