segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quero...




Quero destruir os traços de ternura ausente,
folhear os livros incolores
e gravar nas suas páginas os teus olhos
temperados de saborosos frutos cor de rubi.
.
Quero essencialmente travar praças vazias,
mares enraivecidos nos poros frágeis do teu corpo;
dar primazia às emoções ferventes
de transferir palavras pela língua dos gestos.
.
Quero tomar os teus braços de assalto,
arrombar as portas com teias de aranha
seladas no teu peito perante os fantasmas da dor
ou as esperanças frias de adormecer com conforto.
.
Quero não ter de querer-te uma e outra vez.
Antes querer-te sempre, e com a claridade
da sombra dos meus dedos tactear o teu sorriso,
num contínuo movimento de carícias infernais, doces.
-
-
-