sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ausência fatal




Amêndoas de papel
delicadas sobre o mel
à procura das palavras
que absorvam o silêncio
que manténs.
Suave veneno,
comprimido transpirado,
roda flutuante
num rumo destroçado,
um amargo na boca
lábios de feno
num rosto distante,
uma chama louca,
um vazio
inebriante.
Doçura volátil,
dispersa,
comovente...
Amalgama de luz
versátil,
submersa,
ausente.
Perto de um sol amarrotado,
um sopro gelado
desta dor infernal,
o sabor do sangue
feito de sal;
as viagens de saliva
naufragando no umbigo,
conectado contigo
até ao infinito.
Agora é azul celeste,
coração que chora
(agreste),
espinhos de saudade
interminável,
deste amor imenso
e infindável.
.
Uma seta atinge-me,
tinge-me de vermelho
a roupa cortada,
alma dilacerada...
.
Estás ao meu lado
mas a tua ausência
é-me fatal!

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