domingo, 8 de novembro de 2009

Sonho de Almas e Corações inseparáveis




A minha alma levantou-se de entre os lençois de sentimentos
afastou os cobertores cristalinos adormecidos no olhar
concordou com a voz da cama que era altura de se separarem,
de voltarem a sentir-se outra vez na noite seguinte
quando as estrelas e os anjos acordassem da bruma.

Calçou uns chinelos, ainda nua e caminhou pela casa
que batia a cada segundo. Queria desgastar os chinelos
de saudades e abraçar-se a lareira acesa
onde o calor do amor era mais puro e intenso.

Vestiu uma roupa leve feita em teares pelas princesas
das magoas, e quis ali mesmo deixar bem clara a sua voz.
Por isso ajeitou a roupa com confiança, colocou o seu
chapeu alto e falou com as arvores e o vento la fora.
Respirou ao abrir as portas que não podia controlar
e deixou entrar o perfume vindo das terras do sul.

Correu ate a estação de comboios a cerca de vonte quilometros
e aguardou o retomar do fôlego, das mãos que dentro
do peito reclamavam com carinho as saudades liquidas.
Mas a tempestade veio quando o comboio passou sem parar.
Os guarda-chuvas e as folhas das arvores abriram-se,
porque tambem choravas.

Decidida a dar-te a mão chamou um "comboitáxi",
que não era mais que um taxi indo pela estrada
sinuosa da esperança, em busca da próxima paragem.

E foi aí que te abraçou. Foi aí que o coração chorou
mais alto de tanta emoção. Voltou para casa levando-te
sobre uma almofada de beijos, pairando no ar,
e entrou na sua casa contigo.

Tanto tempo e já as estrelas e os anjos, como era
suposto, estavam ali. Desta vez um pouco mais cedo
para serem testemunhas do momento.

A chuva parara. Havia evaporado nas cortinas da janela,
para que o luar entrasse no seu lugar;
e para que os pára-brisas tocando-se entre o brilho
fossem as tuas pestanas nos teus olhos doces.

Ganhou sono. Pediu-te colo como uma criança cansada
de correr nas brincadeiras onde só o riso tinha lugar.
Quis sentir o ondular dos teus dedos no cabelo
como se o mar ali estivesse todo e a brisa fosse o teu respirar.
As ondas eram pequenas e ao largo o mar estava calmíssimo.
só a minha alma e tu estavam na areia.

A praia estendia-se ao longo de quilómetros.
A fogueira nas dunas ao nosso lado iluminavam
os rostos.

A minha alma dormia dentro de mim, na sua casa...
Que batia... o meu coração.
Aí dormia a tua alma junto da minha
e o coração batia abraçado no meu.

Cá fora eu adormecera com a cabeça deitada no teu colo
e tu adormeceras a tocar o anjo...

A tranquilidade era absoluta...

Os lençóis de estrelas confortavam-nos
e os cobertores de luar cristalino cheios de anjos
tornavam o nosso sono divino...

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