sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sensações

Minha noite fria,
minha calma de arrepio transparente,
meu desejo de arromba, suave,
distância que nos confunde;
alma agreste que me arrasta,
luz concreta que me atrai,
chama viva que se derrete,
no meu corpo que cai...
.
Mais magia e toalhas de alfazema,
mais formigueiro nos pés descalços
de amor flamejante e imortal,
corpo nu numa cama de cetim,
cravos soltos na planície do luar,
corvos pretos caindo com o bico
nas entranhas líquidas do mar...
.
Força e dislexia nos olhos transpirados,
umas mãos tremidas à beira da saudade,
aquela presença notória nos vidros,
de um silêncio desencontrado...
.
Nos lírios frescos aromatizados,
tanta coisa no reverso da ansiedade...
Assim se percorrem caminhos,
assim se descobrem lugares sem fronteiras,
da tua pele para lá das montanhas
vem um perfume de flores,
paraíso para as abelhas
dos meus lábios
procurando o mel.
.
Bato as asas na paisagem desfocada,
fecho as pálpebras e deixo-me cair...
Sinto o pólen de um sorriso
tenho-te no meu sangue
no meu coração,
a impedir-me de fugir,
de fugir de mim.
Sinto-me vivo
com este forte bater dentro do peito...
Este amor que sinto por ti!
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