quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Magia...




Saudades da magia

sob um céu de estrelas

num lugar só nosso...

.

Hoje apenas amargura

A solidão sob o mesmo céu,

onde fico a olhar

as mesmas estrelas

com a magia ausente.

.

E um rio corre pelo rosto.

Sem fim.

domingo, 7 de fevereiro de 2010



Saudades de ver as estrelas,
saudades da estrela do meu luar...
queria tanto voltar a vê-las
junto do meu anjo com tanto amar.
.
Se eu pudesse descrever
tudo aquilo que sinto por ti...
.
A saudade não pára de crescer
mas a solidão não me deixa
para que eu te possa ver.
.
Há a mágoa e a tristeza,
e também a desilusão...
mas sem me zangar, mais forte a beleza
com que te amo do coração.
-

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A magia de um sonho...



Escolhi um lugar tranquilo para te amar interrompido somente pelas ondas do mar,
misturando o sal na tua voz. Sentados, confortáveis, meditávamos em silêncio
como almofadas e as pernas cruzadas em lótus..
Respirávamos calmamente, relaxando, sentido a brisa marítima.
Cada expiração um desejo, cada gesto uma atenção redobrado sobre os corpos.
Os pés em contacto com a areia fina, cansados da caminhada sobre a espuma.
Sentiamos cada pedaço do vento. Sentia cada pressão interior da tua alma,
os teus olhoares difusos, progessivamente mais brilhantes e misteriosos.
Eu sentia. tu sentias. Deixei que tudo te captasse a atenção e vibrasses
como as algas à tona da água. Os meus dedos passeando na tua face.
Fazer desse momento um momento de prazer. Os corpos estabelecendo um primeiro contacto,
felizes por sentir o luar mergulhado na pele- outra tinta para a casa da vida, a íris?
Não formulámos palavras, sentimos apenas.
A pouco e pouco o contacto com as demais partes do corpo através das estrelas,
agradecidos pelo seu calor, pela sua genuína atenção.
.
Os corpos despidos sobre a areia inundada de espuma da paixão.
Um elo, um calor, um suspiro, um arrepio deslizando como néon aceso pela seda,
uma outra forma de suor, de prazer, delimitando os contornos de ambos so seres
que habitamos, que sentimos, que conhecemos( outras vezes nem tanto)...
e buscamos o espírito do céu, a loucura de cada gemido que a terra solta.
.
O perfume do teu interior fluindo para as rochas,
arrebatando-se num flash de suprema ternura e satisfação.
Um desabrochar, um levitar de prazer infindável;
inolvidável, como a luz do farol que ao longe rompe o nevoeiro
e mergulha na imensidão dos barcos que flutuam sobre espelhos de água.
.
No instante seguinte o teu sorriso mais aberto, mais puro, suave, mais perto,
o abraço das anémonas à volta do meu corpo humedecido,
do meu peito colado aos teus seios de olhos fechados dormindo em silêncio.
Desce a maré até ao umbigo, cresce a noite, o sono e as pálpebras cerradas,
já os meus dedos mergulham na gruta funda e húmida tocando a areia molhada.
.
Outras curvas se desvendam ao fundo das tuas costas suaves, salpicadas por tiras de cabelo
junto aos ombros, como portas semi-abertas para entrar como um fantasma
e esconder-me nos finíssimos fios e esperar o dia seguinte
sem que a prata da lua caia na totalidade sobre a ondulação.
.
Adormecidos na areia, amando também a sonolência tranquila,
sonhamos perdidamente de mãos dadas, como gaivotas no seu voo
ligadas pelas asas inconfundíveis do desejo e da felicidade.
.
Também a praia dorme.
Somente as ondas continuam, limpidamente, secretamente,
subindo a areia,
tentando tocar o teu corpo,
mas onde a única onda sou eu
e o mar ali tão perto, é o meu coração junto do teu...
.
A magia de um sonho...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Desassossego




Ouço o ruído da gravilha,
as células que se fecham
na curva melancólica
onde sou aguardado
com encanto
desesperado.
.
É absoluto o tumulto,
o demónio
atravessado na solidão.
.
Ouço a gravilha melancólica
que bate no vidro
o explodir das células
na plenitude de um manto
maior que o meu corpo.
.
A curva do demónio
engloba-me,
a solidão marca o meu desassossego...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Lua



-
Fogem-me tantos instantes
que nao consigo contá-los quando fecho os olhos
e sobrevoo o silêncio.
.
Tenho medo do escuro ( do escuro da alma)
quando marco as horas de acordar
e ecoo num instante diferente.
.
As palavras deambulam pelo meu corpo
em horas perdidas.
.
Hoje o relógio move-se
por bermas de triângulos
que me permitem ouvir o perfume:
- Lua, sabes-me dar volta!Sim!

Sabes o quanto a estrela me faz falta.

.

- Amanhã vou entrelaçar-te
na minha voz

para que grites comigo

esta saudade intensa!