segunda-feira, 20 de setembro de 2010




Quando me deito sobre os lençóis frios a tua ausência é maior que o escuro que invade o quarto. Nos teus olhos há uma jangada que flutua na tempestade. Eles andam sobre as ondas, trémulos, receosos. Tuas mãos tremem, teu coração palpita, sente. Mas com o sentir há uma seta feroz que faz caminhar devagar. O sol desce sobre as colinas ao fim da tarde, as tuas pálpebras fecham-se quando a noite já vai alta, mas diferem da tranquilidade quando se voltam a abrir a meio da noite, e um zumbido nos ouvidos de uma voz que sacode a alma de tão volátil e agreste que é. Há uma penumbra e um nevoeiro no caminho que sabes e queres seguir mas tens receio de falhar os passos, medo de falhar os rochedos certos para não caires no abismo. Medo de cair da muralha. Medo de perder a pedra mais preciosa do mundo, irrequieta, a tua paixão mais pura e genuína. Tudo é tão complicado, o céu é pontuado de estrelas mas os dedos entrelaçados são um perfume que se conjuga muitas vezes no singular quando desejamos estar perto, quando queremos estar juntos e não é possível. Mas há um sinal que não se pode esquecer: O amor. E os meus olhos tinham amargura. E eu vivia na minha solidão. E não conhecia os teus olhos. Mas sabia que existias. Estavas no meu céu. Via o teu brilho. Perguntava à estrelinha: - És tu meu amor? Aparece, fala-me de ti. E um dia vi-te. E nesse dia falaste-me sem sequer imaginares que me falavas. E eu senti. E eu vi. E eu sinto. E eu vejo. E eu quero. . As noites são frias. Os medos tão grandes. Mas a esperança, infinita. Quero-te e sei que me queres. Levanta-te... dá um passo... de tiveres de recuar um para avançar dois fá-lo. Estou, estarei sempre de mão estendida à tua espera. Espero, Espero... Tenho medo que desistas. . Ouço os murmúrios irrequietos que povoam a tua alma. Tens asas, conseguirás voar, mas receias não conseguir abrir-las no primeiro voo. . As estrelas estão sempre no céu mesmo quando as nuvens e a penumbra teimam em não deixá-las visíveis. Assim como elas, também não consegues ver-me por vezes mas estou mesmo ali. . O teu desejo de atingir um sorriso supremo é grande, o teu desejo de ser feliz é extremo o desejo de mudança é certo. A tua cabeça gira a mil à hora. És como um atleta de saltos para a água que tem vestigens. Ora avanças sobre a prancha ora recuas, e a cada vez que ficas indecisa o pânico cresce, a prancha parece mais pequena e a altura cada vez maior!!! . As consequências, essas interrogações que fazem tremer o coração levando-o à inércia fazendo-o sofrer ainda mais. É como uma bola de neve, inocente, pequenina, leve que se atira de um lado para o outro e faz sorrir numa brincadeira. Depois rola, aumenta: assusta. As mãos tapando os ouvidos para não morder a voz que chora. . Mas há um guerreiro no mais íntimo lugar secreto que te compõe. Dá-te força, mantém-te viva, dá-te esperança. Só precisa que o tires das masmorras interiores e o deixes guiar-te sem temer. . Os muros são altos? Eu serei mais alto para estar perto de ti. A distância é muita? Eu farei uma ponte com os meu braços para te ter junto de mim. Há espinhos? Serei rosa vermelha para tingir de vida o teu corpo gelado pelo receio. Há curvas sinuosas? Serei um guia que acompanhará os teus passos trilhando a teu lado até à libertação. Fechas os olhos e choras copiosamente num momento de solidão que ninguém vê e apetece-te desistir. Apetece-te largar o mundo? MAs então há dois mundos que precisam e querem que sejas o seu universo. Um é mais pequeno e chama-te doce o outro é maior e chama-se ternura. Um deles é ele, o outro sou eu. . Sento-me num banco de jardim. No rio a água não corre para me lavar o rosto, mas eu naufrago na saudade mesmo sem barco nem água. Tenho os lábios secos, com sede de ti. . Atravesso o caminho envolto pelas árvores sorrateiramente. Fico perto. Olho o céu mais uma vez. Brilhas. . Há no meu peito um amor inquebrável. Um medo intenso de te perder, mas uma certeza absoluta de que não perderei. . Há no teu peito um amor inquebrável Um medo intenso de me perderes e ainda outros que conheço e consigo sentir quando te olho e os vejo de forma tão transparente e visível perante o que és e o que sinto. E não me perderás. . Deitas a cabeça na almofada, sou estrela que te observa pela janela: nua. . Eu vejo-te, e não me desiludo. E não fujo E gosto de ti, porque és tu. E eu amo-te como és. Puxas o lençol sobre o corpo e adormeces. Ajeito-o melhor. Ilumino-te. Não deixo que haja mais escuridão e afasto a que aparecer. . Ao teu medo junto o meu. Da minha certeza absoluta que nunca me fartarei de ti, que nunca deixarei de te amar que nunca desistirei. E rezo, e peço ao teu coração que nunca se farte, que nunca desista, que nunca desistas. Que a vontade é maior que qualquer medo! Que nada conseguirá vencer este amor infinito porque nada conseguirá ser mais poderoso nem resistir-lhe! . Que somos almas gémeas que uma vez juntas nada nem ninguém separará. . Diz-me que somos como um só ser. E que um único ser nunca pode dissolver-se. . Sente como eu sinto, e juntos como um só triunfaremos com o nosso amor. . Desistir? Nunca, nunquinha! . O medo diluir-se-á e será apenas uma lembrança que fortalecerá a cada dia esse amor intemporal...! . Entrego-me a ti. Fica comigo porque eu já te pertenço. . Contra todos os medos: merecemos.

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